Sentada em um banco, de qualquer praça, pensando mais do que deveria em você. Fumando,e o que difere de um clichê, é que este não é um cigarro barato, nunca será. Café sem açucar eu não gosto, e agora eu daria tudo por mais uma dose de tequila. Cerveja, vinho, e cigarros sem menta, me lembram você, é ... eu não disse que estava pensando mais do que deveria?
Mas eu não tenho tudo, nem um pouco me pertence. Alguns trocados no fundo da minha bolsa, uma foto, e algumas músicas. Músicas oriundas de um tempo anterior a ti, tempo feliz, ou ao menos, menos infeliz. Músicas que agora, estão impregnadas com a lembrança dos teus olhos, teu sorriso...
Procura-se desesperadamente músicas sem lembrança, sem cheiro, sem arrepio, por que, tu preenchestes todas as lacunas, entrastes nas minhas canções. Agora de Chico a Cazuza, de Piaf a Vercillo e até em Milles Davis, sinto a tua presença.Pensando demais em você, ouvindo demais minha dor, chorando em um canto, eis que alguém dá-me nova canção, alento aos meus ouvidos, e ao absorver nova canção, eu leio, entendo, e acabo pensando demais em você:
(Rasura- Oswaldo Montenegro)
Acabo por desistir, de procurar desesperadamente músicas sem lembranças, nao desisto da música, esta sempre será bem vinda, como o mais novo amor, mas enquanto este não chega eu sou o resultado: da mistura que eu sou, da mistura do que tu és, mistura que fomos, e o que eu ouvir, sempre será motivo para recordar-te. Não é culpa das músicas, mas da dor de estares ainda aqui. Não despeço-me da dor, coisa incomoda e insensata, eu daria tudo para que ela se ausentasse uns intantes, e eu poder ouvir as nossas músicas com ameno pesar.
Mas eu não tenho tudo, nem um pouco me pertence. Algumas lembranças rasuradas, uma dor suportável, e algumas músicas. Mas nada disso é meu verdadeiramente, é a mistura do que eu fui, com o que eu sou. Da minhas novas e velhas músicas, e em algum lugar onde, mesmo com algumas páginas rasgadas e o branco da nossa velha amizade manchado, valeu a pena, e como diria Oswaldo: "a rasura que foi feita foi perfeita na sua hora", deixou marcas eternas nas minhas canções.
Ai, carambolas, eu tô surtando agora.
ResponderExcluir"é ... eu não disse que estava pensando mais do que deveria?"
"Músicas que agora, estão impregnadas com a lembrança dos teus olhos, teu sorriso... Procura-se desesperadamente músicas sem lembrança, sem cheiro, sem arrepio, por que, tu preenchestes todas as lacunas, entrastes nas minhas canções. Agora de Chico a Cazuza, de Piaf a Vercillo e até em Milles Davis, sinto a tua presença."
Eu pensei nisso exatamente hoje. Procurei no meu celular uma música que não me lembrasse ele, e e não encontrei. E sabe, sobre o que você comentou lá no meu blog... Eu também sou chorona demais. Eu não posso ler aquele texto que deságuo sempre. E pra completar o teu segundo nome ainda é o que eu e ele dizíamos que seria o da nossa filha, quando nos casássemos daqui há 10 anos. Lembrar às vezes dói, não é?! Mas uma hora passa, uma hora vai passar. Pra mim e também pra você. :)
Apareça mais vezes!um beijo.