sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"Ele me coloca onde quer colocar.
 Incenso. Veneração.Ilusão.
 E todo resto da vida é apagado"
 (Anaïs Nin em Henry e June)


Simples.
Como um camponês,
das mãos rústicas
os versos de Henry
saiam

as mãos,
as mãos rústicas
de homem  lavrador
plantam a dor
quando me falta o toque

amo a ele,
como se  amasse a Henry
mas sua mulher jamais será June
e eu jamais aprenderei
como prender este rei
de mãos sujas e cansadas

um rei com rainha
onde não há espaço
para que eu seja coroada
mas eu insisto com ele,
como Anaïs, insitia 
 fingindo ser a favorita, a amada.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Declaração de Amor



"...pensei em tudo que é possível falar, que sirva apenas para nós dois, sinais de bem desejos de cais, pequenos fragmentos de luz..."

E pensei mesmo, estou pensando, penso o tempo todo, tudo que eu puder (ainda) falar, nunca vai ser suficiente. Como descrever o indescritível? É tanta coisa, é tudo, e ás vezes parece que é nada. Não preciso quase de palavras, preciso continuar sentindo, pra sempre. E como eu tive medo desse pra sempre, ter fim. Aprendi que mesmo hoje, quando este "eu te amo" é tão frágil, tão a ponto de se perder no espaço, mesmo assim, se esse "eu te amo" de hoje, virar o "te amei" amanhã, mesmo assim eu vou te amar, entende? Vou te amar pra sempre, nem que seja por um dia, ter te amado tanto. E te amarei de novo, um outro dia, porque acredito que te amo fazem séculos, fazem vidas. E vou te amar nem que seja por ter sido meu primeiro amor. E vou te amar, porque talvez és e serás o único, como naquela história da raposa, da rosa, do principezinho, que tu um dia me ensinaste a entender. 


Antes de ti, não existia um espaço ocupado desta forma, porque antes de ti, não havia espaço algum que tivesse exatamente este sorriso, e a cor dos teus olhos, e o contorno do teu rosto que eu gosto tanto de contornar delicadamente, enquanto dormes. Este espaço é tu, é teu. E mesmo que um dia este amor acabe, será impossível deste amor acabar, a não ser que eu morra, ou se acabe o meu ser, pois cada parte do que sou, hoje tem teu toque, como um pequeno toque de Midas, tudo que tu tocou em mim virou ouro e ficou encantador. Se me vês assim, tão encantadora, como gostar de dizer, ou um pequeno raio de sol, como era de costume, tu me chamar, é porque assim o fizeste, e está ai, a maior prova de que não há como deixar de te amar, mesmo que um dia, eu deixei de te amar.